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Barueri, São Paulo, Brazil
Sou psicóloga e atendo no Centro Comercial de Alphaville - SP e pelo site da psicolink. Sou voluntária no projeto CineMaterna. Mais informaçoes clicar em "Contato".

segunda-feira, 28 de março de 2011

Janela da Alma

Em minha última aula de especialização, assistimos e comentamos o filme 'Janela da Alma', fala e retrata sobre os problemas da visão. As pessoas que dão depoimento, mostram como adquiriram capacidades subjetivas, exatamente por terem "falhas", na visão. Para mim é um filme que foi além e consegue penetrar a alma através da janela individual do ser.
Segue um comentário que encontrei na net e achei pertinente, próximo do que apreendi.


Janela da Alma
 Frase de Leonardo Da Vinci "O olho é janela da alma, o espelho do mundo" é o ponto de partida e o que norteia de fato o excelente documentário de Walter Carvalho e João Jardim. O filme trata a questão do olhar, do mundo imagético, sob perspectivas diferentes, através do depoimento de personalidades que apresentam alguma deficiência visual, que vai desde a miopia à cegueira total.
O filme aborda a visão e suas limitações, apresentando-a como uma mediação, baseada nos nossos conceitos e percepções, realizadas entre o olhar e o objeto, o diálogo da subjetividade de cada um com o real, no qual criamos várias formas de ver o real. Como disse a cineasta franco-belga, Agnes Varda no filme, a visão é alterada por sentimentos, sentimentos fortes. Já em seu depoimento, o cineasta Win Wenders fala de sua experiência com as lentes de contato, em que sentiu um grande incômodo, pela ausência do enquadramento proporcionado pela armação de seus óculos.
A relação linguagem x imagem nos é mostrada não como coisas distintas que se comunicam de alguma forma, mas sim com uma forte interdependência entre ambas, não a podemos tratar isoladamente, pois possuem uma relação intrínseca de pertencimento. Separá-las consistiria em fragmentar a essência e o significado de cada uma.
A sociedade contemporânea proporciona e impõe um ritmo frenético e incessante de imagens e informações, no qual temos acesso a tudo em excesso e consequentemente nada temos, pois imagem em excesso acaba implicando em uma dificuldade para nós assimilarmos e emocionarmos com elas. Como é dito no documentário, a maioria das imagens que vemos não nos diz nada, mas sim tenta nos vender algo, essa á lógica do bombardeio informacional diário.
Há uma superexposição de fatos e imagens e acabamos sem saber o que de fato isso significa. O filme faz com que tenhamos uma visão diferente, que vai além do que nos é mostrado, evidenciando não só o que nós vemos e como vemos, mas também de que forma enxergamos a nós próprios.
O documentário destoa da maioria, apresenta um tom levemente filosófico-poético, alcançando a dramaticidade e a comédia em determinados momentos, a produção de Walter Carvalho e João Jardim é bastante sensível e inteligente, explanando sobre as diferentes possibilidades de vermos o mundo, seja ela consciente, inconsciente ou imposta por alguma limitação física. Ele encerra-se através da imagem de um parto, que é quando o mundo surge diante dos olhos do bebê, o mundo real lhe é apresentado.

http://artividades.blogspot.com
Caíque Gonçalves
Publicado no Recanto das Letras em 08/04/2008 Código do texto: T937262

terça-feira, 22 de março de 2011

Ai que gafe!

Li este texto na Revista Mente e Cérebro, achei bem interessante e estou dividindo com vocês.

REVISTA MENTE E CÉREBRO - Edição 218 - Março 2011
A maioria das pessoas já pensou alguma vez: “teria sido melhor eu ter ficado calado”, mas quando o autocontrole falha, o melhor é não se aborrecer, pois quanto maior a tensão e o empenho para se comportar “bem”, mais aumenta o risco de dizer algo que cause constrangimentos.
por Anna Gielas
É como se, de repente, as palavras saltassem à nossa frente e, quando nos damos conta, já dissemos aquilo de que, no segundo seguinte, nos arrependemos. É o lapso, o “fora”, a palavra que deveria ser evitada, mas parece escapar – uma situação em geral constrangedora, da qual ninguém está livre. No palco, a gafe, uma instância da comédia burguesa, faz a platéia rir. Contudo, na vida cotidiana esse tipo de erro costuma ser muito constrangedor. Segundo o psicólogo social Daniel Wegner, da Universidade Harvard, em Cambridge, que estuda esses casos há mais de 20 anos, aqueles que têm tendência a depressão, ansiedade ou timidez (e costumam ficar constrangidos e desconfortáveis quando em grupo) são os que levam mais a sério esses lapsos – e mais sofrem som eles.
Sigmund Freud já havia descrito este fenômeno, que ele nomeou genville (que se refere a uma ação executada contra a própria vontade) em 1895 em um de seus estudos sobre histeria. O criador da psicanálise percebeu que grande parte de suas pacientes que tinham medo de fazer observações sem propósito ficavam particularmente incomodadas quando isso, eventualmente, ocorria. Entre as recatadas mulheres do início do século 20, um deslize era visto, principalmente por elas mesmas, como algo grave, que assumia sérias proporções em seu psiquismo. E, curiosamente, quanto mais tinham medo de cometer uma gafe, mais isso acontecia.
Em uma experiência clássica em psicologia, Wegner pediu aos participantes de um estudo para não pensarem em um urso branco durante cinco minutos – e falar sobre aquilo que eles quisessem. Caso eles pensassem assim mesmo no animal, deviam tocar um sininho cada vez que isso acontecesse. Os resultados mostraram que os voluntários tinham disparado as campainhas em média 6 vezes e alguns chegaram a tocar 15 vezes! Após os experimentos, todos admitiram que ficaram então muito frustrados (e surpresos) por perderem o controle de seus pensamentos.
Para o psicólogo, mesmo que às vezes lamentáveis, essas situações representam um efeito secundário e quase que inevitável de nosso controle mental: é o que se chama de metacognição (do grego meta: mais longe, além, e do latim cognitivo: conhecer). Dois mecanismos que geralmente agem em sinergia às vezes entram em descompasso: em condições normais, uma espécie de censor interno sinaliza o aparecimento de pensamentos inapropriados (porque eles são inadequados ao contexto ou porque nós estamos ocupados com outra tarefa e naquele momento é melhor deixá-los de lado). Assim que o censor emite um alarme, um segundo processo é disparado – o suprimento do pensamento indesejável. Segundo essa teoria, o controle mental evita a revelação de pensamentos indesejáveis, monitorando a atenção e fazendo com que tentemos de forma consciente nos concentrar em outra coisa.
Esse mecanismo costuma funcionar muito bem, mas quando estamos estressados ou quando devemos realizar duas tarefas complexas ao mesmo tempo, ele pode falhar. Esses “erros irônicos” se produzem assim que os conteúdos reprimidos fogem do nosso controle. Mesmo que o recalque e a repressão sejam estratégias eficazes, frequentemente usadas, podem causar os lapsos, pois exigem muita atenção e investimento de recursos cognitivos.
MAIS DIFÍCIL
Segundo D. Wegner, os erros irônicos não se produzem somente durante a comunicação verbal, mas também no controle do movimento. Ele demonstrou esse processo em um trabalho desenvolvido em conjunto com seus colegas Matthew Ansfield e Daniel Pillof. Participantes do estudo foram divididos em duas equipes: os integrantes do primeiro grupo deviam impor determinada direção a um objeto. Os movimentos para outra direção eram estritamente proibidos. Simultaneamente, os voluntários que faziam parte do segundo grupo deviam fazer o mesmo, porém com o acréscimo da tarefa de contar de forma decrescente de três em três a partir do número 1000 (997, 994, 991 e assim por diante). Os cientistas perceberam que esses últimos levavam o objeto para a direção proibida muito mais frequentemente que as pessoas do primeiro grupo, cujas fontes cognitivas não estavam sendo utilizadas para uma segunda tarefa.
Os erros irônicos seriam cometidos também no esporte, pois a preocupação com o controle dos conteúdos cognitivos parece fazer diminuir a performance, segundo constatou a psicóloga Sian Beilock, da Universidade do Estado de Michigan. Pesquisadores de um grupo coordenado por ela observaram 126 iniciantes no golfe que tentavam lançar a bola em buraco muito próximo. Alguns participantes eram proibidos de pensar no lance antes de executá-lo, outros podiam fazê-lo. Os resultados mostram que a performance dos sujeitos impedidos de imaginar a ação foi em geral pior. O prejuízo no desempenho não pôde ser compensado com a experiência seguinte, quando os jogadores tiveram a autorização de imaginar o lance com antecedência.
Para entender melhor como a censura mental fracassa, tomando por base a cognição, D. Wegner e seus colegas solicitaram a voluntários que falassem durante três minutos, sem restrições, sobre qualquer tema que lhes viesse à cabeça. Em seguida, os participantes deveriam se concentrar em pensamentos ligados ao sexo e depois, novamente, reprimi-los. Enquanto isso, os psicólogos monitoravam as batidas cardíacas, sudorese e variações de temperatura por meio de eletrodos fixados na ponta dos dedos, para avaliar o estado emotivo dos participantes. A atividade fisiológica aumentava muito quando eles deviam evitar pensar em sexo.
As pessoas mais emotivas parecem ser as que pior suportam cometer gafe. Este temor explica em parte por que os fóbicos sociais se isolam. Para estas pessoas, possíveis erros tornam-se uma ameaça constante. Aquele que busca se liberar de problemas emocionais recalcando pensamentos negativos entra frequentemente em um círculo vicioso: tenta lutar contra os pensamentos negativos, mas por meio de um mecanismo parecido com aquele do urso branco acaba por se concentrar naquilo que gostaria de expulsar.
Conflitos inconscientes
Entre os precursores das pesquisas sobre lapsos de linguagem estão o filólogo Rudolf Meringer e o psiquiatra Karl Meyer. Eles publicaram juntos, em 1895, Erros na fala e na leitura: um estudo psicológico, no qual destacam cerca de 8.800 erros verbais de escrita e leitura. O principal objetivo era elaborar classificações, mas os autores também tentaram determinar mecanismos psíquicos associados ao fenômeno, particularmente aos sons, pois levaram em conta a conotação psicológica dos fonemas.
Quem inegavelmente abordou o lapso com mais profundidade, porém, foi Sigmund Freud, no texto Psicopatologia da vida cotidiana, de 1901. Ele não poupou críticas à abordagem de Meringer e Mayer e propôs que essa manifestação seria a confissão involuntária de um conflito interior, escondido da consciência. Para Freud, é a dimensão involuntária que dá valor particular ao lapso: “No procedimento psicoterapêutico que utilizo para resolver e eliminar os sintomas neuróticos apresenta-se com frequência a tarefa de encontrar um conteúdo mental nos discursos e nas ideias aparentemente casuais do paciente. Esse conteúdo tenta ocultar-se, mas não consegue evitar trair-se inadvertidamente de diversas maneiras. É para isso que, frequentemente, servem os lapsos. Por exemplo, falando da tia, um paciente insiste em chamá-la de ‘minha mãe’ sem perceber seu erro, ou, ainda, uma senhora que fala do marido como se fosse o ‘irmão’. Para esses pacientes, tia e mãe, marido e irmão são, portanto, ‘identificados’, ligados por uma associação pela qual se evocam mutuamente”. (Da redação).
EVITAR A EVITAÇÃO
Como se proteger de tal fenômeno? O psicólogo Steven Hayes, da Universidade de Nevada no Reno, faz uma recomendação simples: aprender a aceitar os pensamentos desagradáveis. Ele sugere também evitar a evitação, a esquiva, ou seja, evitar o evitar. Wegner propõe – nos casos mais graves, nos quais a pessoa se sente atormentada por pensamentos intrusivos – a análise diária das próprias preocupações, incluindo tudo aquilo que causa inquietação e se gostaria de reprimir. Ele salienta, porém, que esta orientação vale somente para aqueles que se sentem capazes de lidar com suas angústias. Este método não convém aos pacientes gravemente afetados, que devem buscar ajuda de um médico ou psicoterapeuta.
O pesquisador James Pennebaker, da Universidade do Texas em Austin, analisou numerosos estudos e com base neles concluiu que uma confrontação ativa com os pensamentos reprimidos costuma ter efeitos positivos na vida cotidiana e na saúde tanto física quanto psíquica. Ele assinala as vantagens para algumas pessoas de registrar por escrito seus tabus pessoais, aquilo que teme ou lhe causa vergonha. Segundo o especialista, tal exercício teria outra consequência, que requer mais pesquisa: reforçar o sistema imunológico, já que assim haveria menos estresse, e parte da energia psíquica despendida na repressão de certos conteúdos poderia ser empregada de maneira mais saudável.
Antes de fazer anotações sobre os temas que nos constrangem, no entanto, é preciso, primeiro, tomar consciência deles para depois analisar esses temas intrusivos. Wegner propõe também encontrar distrações que não aumentem o estresse. Segundo ele, tudo que nos interessa e não cria uma sobrecarga emocional representa uma boa ocasião de se liberar do temor de cometer gafes. Para algumas pessoas, mais rígidas consigo mesmas, pode ser muito tranquilizador tomar consciência de que esse tipo de incidente é simplesmente normal. E se parece difícil conscientizar-se disso sozinho, talvez seja hora de buscar ajuda de um psicólogo. Afinal, se aquilo que seria apenas motivo de um leve mal-estar e uma boa gargalhada após algum tempo se torna razão para se atormentar, parece hora de empenhar-se para tornar a vida um pouco mais leve.
Anna Gielas é psicóloga, coordenadora de pesquisas na área de psicologia política na Universidade Harvard, em Cambridge, Massachusetts.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Reembolso para Psicoterapia pelo plano de saúde

Uma boa notícia para aqueles que possuem plano de saúde: a Agência Nacional de Saúde – órgão do governo que regulamenta os planos de saúde – divulgou no ano passado, uma lista com novos procedimentos básicos que os convênios devem cobrir a partir do mês de junho de 2010. Entre eles, estipulou-se que os convênios serão obrigados a pagar 40 sessões de psicoterapia por ano para seus clientes. Antes eram apenas 12 sessões.
Isso é um grande avanço, pois 12 sessões equivalem apenas a 3 meses de terapia e todos nós sabemos que 3 meses é pouco.
O que acontecia na prática era que a pessoa acabava pagando particular o resto das sessões necessárias.
Existem algumas ressalvas:
  • Sessões com psicólogo – cobertura obrigatória de 40 consultas/sessões por ano de contrato quando preenchido pelo menos um dos seguintes critérios:
 1- pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes (CID F 20 a F 29); 
2- pacientes com diagnóstico de transtornos da infância e adolescência (CID F 90 a F 98);
3- e pacientes com diagnóstico de transtornos do desenvolvimento psicológico (F80 a F89).
  • Sessão de psicoterapia - cobertura obrigatória de 24 sessões por ano de contrato quando preenchido pelo menos um dos seguintes critérios:
1- pacientes com diagnóstico de transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes (CID F40 a F48);
2- pacientes com diagnóstico de síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos (F 50 a F 59);
3- pacientes com diagnóstico de transtornos do humor (CID F 30 a F 39);
4- e pacientes com diagnóstico de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas (CID F 10 a F 19).

Vamos utilizar o nosso direito.

terça-feira, 15 de março de 2011

Nascimento

Hoje, 15 de Março de 2011, nasce o meu blog Psicóloga Ser, no sentido amplo do "ser psicóloga".
Aqui teremos vários artigos e comentários sobre o meu trabalho em psicologia.
Quero compartilhar com muitos, pois é um trabalho realizado com dedicação e amor.